Ciclo Apeb 28-08-2012

apeb-2012

O CICLO APEB ESTÁ DE VOLTA:

DIA: 28/08/2012, terça-feira.

HORA: 20h00. LOCAL: Maison du Brésil.


Poéticas da voz de Elomar Figueira Mello: representação onírica da Idade Média num cancioneiro do Sertão

DUDA BASTOS – Doutorando em Artes Cênicas pelo PPGAC/UFBA (2010) em estágio doutoral em CRILUS/ UNIVERSITÉ PARIS 10 OUEST NANTERRE (2011-2012), mestre em Artes Cênicas pelo mesmo programa e graduado em Comunicação Social pela Universidade Católica do Salvador (2000). No período concentra estudos a respeito do universo mítico dos poetas-cantadores brasileiros, que compõem um movimento poético-musical definido como Cantoria. Estes artistas são atuantes na região sertaneja de Bahia e Minas Gerais, e mantém através de diversas vozes, uma relação estética com o movimento trovadoresco francês dos séc. XII e XIII.

Como é possível sustentar ecos de uma Idade Média num território discrepante do tempo e lugar deste período? Através de quais elementos se compõe uma narrativa, em grande parte, por arquétipos do medievo? Por que essas relações encontram anuência de um público? O cancioneiro do poeta-cantador Elomar Figueira Mello propõe algumas chaves para compreensão de questões como essas sobre o processo criativo e de assimilação “atemporal”. Através de sua obra é estabelecida uma marca onde imaginário e sonho, isto é: processo de subjetivação e vontade – maravilhamento – se remontam para criar a partir de um espaço filosófico: o sertão medieval ou senhorial. Este território sertanejo, por sua vez, possui vestígios temáticos encontrados nos romances de cavalaria e na representação trovadoresca, cuja perspectiva é uma fricção importante entre sonho (imaginário) e fuga (resistência cultural). Essa aderência a elementos diversos, encontrados fartamente na história dos séc. XII ao XIII do velho mundo ocidental é impressa nas vozes poéticas de cantadores como Elomar, mas também adentra no discurso e no cotidiano desse artista que se vê e se diz dentro da circunstância onírica desse acervo. Aí está também uma importante voz a ser compreendida nessa representação emergente concebida por medieval e atuante dentro de uma expressão artística contemporânea.

Ritual Tenetehara-Tembé: identidade,  saúde e defesa ação local

VANDERLUCIA DA SILVA PONTES – Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (PPGCS/UFPA), em estágio doutoral pela Université Paris 13 através do programa de bolsas para estágio no exterior da CAPES, mestre em Antropologia.

O objeto de análise deste trabalho são as formas tradicionais de cuidado com a saúde da mulher Tenetehara – Tembé, considerando neste caso o ritual da “menina-moça”. Trata-se de um rito de passagem que vincula homens e mulheres, casamento e fertilidade, saúde e alimentação, corpo e xamanismo. Esse ritual resume-se em pedir aos “espíritos da floresta” e aos ”encantados dos rios” uma vida reprodutiva saudável para as mulheres. Esse ritual vem sendo retomado pelos Tembé para marcar a distinção cultural e identitária, em meio a estratégias de reafirmação do direito ao território, desenvolvendo, para tanto, ações locais para defender e garantir os conhecimentos do universo da aldeia, mas sobretudo, uma ação politica de afirmação da cultura e da identidade Tembé.

As apresentações serão seguidas de um pequeno coquetel.

Interessados em apresentar seus trabalhos, por favor, entrem em contato através

do e-mail: diretor.cientifico@apebfr.org

representação onírica da Idade Média num cancioneiro do Sertão
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